A inovação tem sido debatida no meio empresarial em diversas frentes, como uma grande oportunidade de transformar a realidade operacional das organizações.
Dito isso, é fundamental investir em novas tecnologias e métodos de trabalho que priorizem a inventividade, bem como a própria valorização dos profissionais.
Também é essencial garantir que tais métodos atuem em um ambiente interno eficiente e seguro.
Nesse sentido, a criação de um programa de Compliance abrangente é o ponto de partida ideal para que mudanças positivas sejam evidenciadas no dia a dia de trabalho, assim como a relação da empresa com seus clientes.
No entanto, vale ressaltar a importância de se reconhecer os principais pilares de uma movimentação como essa.
O gestor precisa se apoiar em uma visão ampla sobre como essas políticas de Compliance afetarão a companhia em sua totalidade, passando por setores distintos.
Não existe uma fórmula exata para mudar radicalmente um contexto corporativo pouco familiarizado com o tema, mas algumas medidas são decisivas e precisam pautar o planejamento dos que buscam abraçar a conformidade.
Dito isto, o apoio da alta diretoria é imprescindível para um Programa de Compliance efetivo.
Respeito à legislação: uma prioridade imediata
A resposta do campo jurídico à demanda por mais conformidade, transparência e segurança tem sido refletida em iniciativas importantes na legislação brasileira.
Certamente, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é um dos exemplos mais significativos, exigindo uma postura totalmente inovadora por parte do empresariado sobre o armazenamento e o uso dos dados coletados.
Não há como negar que a LGPD cumpre a função de um dos grandes gatilhos para que cada vez mais empresas deixem o lugar de fragilidade e segurança nos processos, dado o impacto de suas exigências e, especialmente, as sanções previstas pelo não cumprimento da nova lei.
No entanto, é preponderante que a organização vá além da obrigatoriedade do Compliance, enxergando suas contribuições e até mesmo seus ganhos produtivos.
Isso nos leva ao próximo tópico.
Os pilares de um programa de Compliance
Afinal, o que constitui um programa de Compliance ideal? Evidentemente, é sempre necessário levar em consideração as características apresentadas por cada companhia, bem como a realidade de seu cotidiano operacional: escopo de negócio, modelo de trabalho, entre outros elementos.
O que podemos afirmar com clareza é que determinados itens são decisivos para qualquer caminho pavimentado rumo à conformidade.
Institucionalizar um código de conduta no âmbito interno, de modo que seja disseminado entre os colaboradores, refletindo valores éticos e morais incorruptíveis é o cerne primordial para que o Compliance seja enraizado na cultura da empresa.
Outra ação igualmente relevante é o mapeamento de riscos, ou seja, reunir uma quantidade de informações capazes de apontar para um diagnóstico do que está ou não em conformidade dentro da organização.
Em termos teóricos, todas essas mudanças parecem fáceis, desmistificando aquela ideia de que este é um assunto distante de grande parte do empresariado.
Porém, colocá-las em prática é uma missão que exige, no mínimo, o empenho de todos os envolvidos nas operações internas.
Um bom parâmetro pode ser simbolizado pelo suporte da alta administração que, por sua vez, deve fornecer todo o respaldo possível para que essas movimentações não sejam em vão.
Esses são alguns fatores que influenciam na aderência de um processo de transição extremamente profundo. Sem dúvidas, não são os únicos tópicos a serem mencionados, o que requer um estudo mais avançado e detalhado sobre a temática.
Treinamentos referentes à comunicação, auditorias, investigações, monitoramento, canais de denúncia, os pilares são numerosos e determinantes.
Mesmo assim, as providências trabalhadas nesse artigo são primárias e responsáveis por abrir as portas da empresa a uma nova era de estabilidade, segurança e transparência.
No fim, ao preservar a saúde financeira e fiscal de seu negócio, o gestor deixa claro que está preocupado com o Compliance nas atividades.
Com isso, os clientes, parceiros e colaboradores serão os maiores beneficiados e, por consequência, a própria empresa sairá ganhando.
Por: Harlen Cosmo, Analista de Compliance da eCOMEX-NSI, graduado em Direito e Pós-graduando em Compliance.