COMO PROMOVER O BEM-ESTAR MENTAL E EMOCIONAL DOS SEUS FUNCIONÁRIOS? | |
Por: Marcelo Furtado
O profissional de RH tem alcançado um papel cada vez mais estratégico. Ele não é mais um gestor de processos e rotinas, e sim um facilitador da experiência que cada colaborador tem com a empresa. E essa mudança de posicionamento tem transformado a gestão de pessoas positivamente. Quanto mais o RH foca em definir e atender processos e rotinas, mais ele “mecaniza” o relacionamento com os colaboradores. Essa é uma visão típica da Era Industrial, em que as pessoas eram engrenagens em um grande mecanismo que desenvolvia produtos – lembra de Charlie Chaplin no clássico “Tempos Modernos”? Para lidar com pessoas no século 21 é preciso promover um ambiente de empatia, entendimento e solidariedade. As melhores empresas para trabalhar são organizações que funcionam como times – e aqui vale usar exemplos dos esportes. Nem sempre a equipe com as pessoas mais talentosas vencerá – é preciso ter objetivos em comum, metas claras e a disposição de lutar uns pelos outros. Em um time, todo mundo alcança o resultado junto. Para que isso aconteça, a organização precisa estar atenta ao bem-estar de seus colaboradores, tanto do ponto de vista emocional quanto mental. Antes de seguir, vamos diferenciar dois termos: * Saúde emocional: está relacionada à relação com as pessoas e à autoestima. O bem-estar emocional tem a ver com a capacidade de lidar com pensamentos e emoções; Para as empresas que entendem a seriedade desses fatores, fica claro que estamos indo muito além de gerar motivação ou de criar fortes marcas empregadoras. O relacionamento entre empresa e colaborador é uma parceria, em que é preciso cuidar de tudo o que possa gerar benefícios e diferenciais competitivos. Saúde mental e emocional: cada vez mais importante Essa falta de comunicação acontece pois os problemas ligados à saúde mental e emocional ainda são tratados como tabu dentro das organizações. Assuntos delicados como saúde mental e emocional devem ser vistos no RH com cuidado e de maneira ativa, já que os colaboradores se fecham nesses momentos. Isso se tornou ainda mais importante durante a pandemia, uma vez que o isolamento social fez com que o índice de problemas emocionais aumentasse de forma significativa. Segundo o estudo “Depression and Anxiety among essential workers from Brazil and Spain during the Covid-19 Pandemic: a websurvey”, publicado pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), os sintomas de ansiedade e depressão afetam 47,3% dos profissionais e 30,9% foram diagnosticados com doenças mentais. Grande parte dos profissionais não conseguiu se adaptar ao trabalho em home office – passar todo o dia em um mesmo lugar ou precisar conviver com as atividades domésticas, o cuidado com as crianças e a insegurança de não saber como seria o desenvolvimento da pandemia gerou ansiedade e preocupação. E no pós-pandemia? O natural é pensarmos na empatia e no relacionamento como algo que depende 100% do contato pessoal, do “olho no olho”. Mas é justamente por pensar assim que as empresas têm dificuldade em construir ambientes favoráveis. Na realidade, todo contato – de um formulário de pesquisa a um evento presencial, passando por e-mails, videoconferências e o famoso cafezinho na cozinha – é uma oportunidade de construir a cultura e acolher os profissionais. Toda empresa precisa estar preparada para desenvolver um ambiente interno que inspire confiança e promova benefícios para os colaboradores. Com base nisto, há 4 caminhos importantes para gerar um ciclo positivo que traga mais empatia e reconheça as necessidades das equipes, ao mesmo tempo em que criam um senso de comunidade e um espírito de time: Analise os fatores internos Realize eventos corporativos – online e presenciais O período de isolamento social nos privou dessa socialização, e os padrões de trabalho do pós-pandemia farão com que seja preciso rever os modelos de eventos. Mas uma coisa é certa: é preciso criar vários momentos de interação das equipes – ainda mais porque, em tempos de trabalho híbrido, haverá menos momentos para envolver todo o time e estimular o senso de coletividade. Gerencie a saúde dos colaboradores Em equipes remotas, é mais difícil padronizar os benefícios – uma vez que cada colaborador está em um lugar diferente do planeta. Por isso, é importante ajudar as equipes a construir ambientes de trabalho adequados e confortáveis em home office. Ao mesmo tempo, é importante conscientizar líderes e liderados sobre os riscos da “overdose informacional” trazida pelo uso constante de equipamentos eletrônicos. Flexibilize a jornada Por isso, flexibilizar a jornada de trabalho é uma forma de respeitar o colaborador e de mostrar que ele tem voz ativa na qualidade do que faz. Quando o colaborador é empoderado e tem liberdade para definir o melhor modelo de trabalho para ele, a produtividade aumenta e a saúde do colaborador é preservada. Todo mundo sai ganhando. |